Aprovada em caráter emergencial devido à pandemia de coronavírus, a telemedicina passou a ser um fator bastante presente na vida das pessoas. O que antes era penoso e demandava muito tempo de organização, transporte etc, agora pode ser resolvido com poucos toques em um smartphone.
Há indícios de que a ferramenta veio para ficar. Parece ser uma forma de colocar a saúde à disposição de mais pessoas, basicamente a um toque da mão.
A psicóloga e psicodramatista Rafaela Cellentano narra para a ABPS uma experiência que teve com a telemedicina e como, para ela, pareceu tudo tão simples e fácil. Leia o relato abaixo:
Já inicio meu texto com um spoiler: eu tinha certeza de que era amidalite, mas, principalmente durante uma pandemia, não poderia deixar de ver um médico.
Há muito tempo, lá antes de 2020, eu costumava dizer “não me sinto bem para ir ao médico!” – o que causava revolta aos meus familiares queridos, que resmungavam ironicamente: “ela quer ir ao hospital quando estiver boa!”.
Hoje, porém, minhas palavras finalmente fizeram sentido.
Do conforto da minha cama, com um chazinho morno saquei meu celular e agendei minha consulta com um clínico geral.
Na data e hora marcada, meu aparelho soou um sinal para que eu me preparasse para minha consulta, sem multidão doente, sem preenchimento de ficha encostada em uma parede fria, sem cheiro de hospital.
Na tela do smartphone apareciam recomendações, que eu estivesse em local silencioso e privado, devidamente trajada, … e lá estava eu no aconchego da minha casa enquanto compartilhava meus sintomas, o doutor pediu para ver minha garganta, essa parte pareceu um pouco bizarra, mas muito menos que o antigo normal com uma espátula na língua e um estranho com uma lanterna na minha garganta, pois dessa vez eu mesma segurava a lanterna do próprio aparelho enquanto exibia minha garganta pela vídeo chamada.
O doutor conclui, provavelmente uma amidalite viral, e já que é viral: Teste de covid-19!
O laudo, pedido de exame e receita chegaram minutos depois no meu e-mail; agendei novamente pelo meu celular o exame e na data marcada, fui atendida dentro do meu carro, o exame RT-PCR foi coletado sem que eu precisasse abrir a porta do carro.
Dias depois veio – por plataforma online – o resultado: Não detectável!
Que alívio para mim e para todas as pessoas que não precisaram cruzar comigo em uma espera de hospital.
Nunca me senti tão dona da minha saúde quanto a telemedicina me propiciou.
Rafaella Celentano
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