Setembro Amarelo - Mês mundial da prevenção ao suicídio.
Considerado pelo Ministério da Saúde como um problema de saúde pública, o suicídio tem uma incidência bastante alta no Brasil. São cerca de 11 mil por ano. (Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade, 2017).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 800 mil pessoas tiram a própria vida por ano no mundo, sendo a segunda maior causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos. Uma triste realidade.
Mesmo apresentando índices que vêm aumentando a cada ano, falar sobre prevenção ao suicídio ainda é um grande tabu.
Nos dias de hoje, até mesmo uma simples consulta com um profissional da saúde mental é encarada com preconceito.
No entanto, não falar sobre o assunto é muito perigoso, pois cada vez mais o problema se agrava.
De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) cerca de 60% das pessoas que morreram por suicídio nunca se consultaram com um profissional de saúde mental ao longo da vida.
Por isso, a informação correta direcionada à população é de extrema importância para orientação e prevenção.
Quebrando o Tabu
Ao contrário do que muitos pensam, falar sobre o assunto não influencia as pessoas a cometerem suicídio. Pelo contrário, a pessoa que tem pensamentos de morte, na verdade está procurando desesperadamente por apoio. Por isso é importante não silenciar.
Falar abertamente sobre o assunto conscientiza, propaga conhecimento e, aos poucos, vai quebrando barreiras e preconceitos.
O que leva a pessoa a cometer suicídio?
O suicídio não tem uma única causa, é um fenômeno complexo causado por um conjunto de fatores.
Esses fatores vão desde transtornos mentais como depressão e bipolaridade, passando por abuso de substâncias químicas, fatores genéticos, ambientais, culturais, entre outros.
Sendo assim, não é tão simples diagnosticar e encontrar ajuda.
A nossa mente possui mecanismos inatos de defesa para superar dores e enfrentar problemas. Quando a mente não consegue mais colocar em prática esses mecanismos, é sinal que que ela está doente.
Pensamentos suicidas ou de morte são alertas de que a mente está pedindo ajuda.
Muitas vezes é difícil identificar os sinais de que uma pessoa está tendo pensamentos suicidas, no entanto, alguns comportamentos ou situações podem indicar nessa direção, como:
- apatia ou irritabilidade;
- ansiedade ou pânico;
- alcoolismo;
- mudanças de hábito alimentar e de sono;
- comportamento retraído;
- doenças mentais;
- sentimento de solidão, culpa, desesperança;
- perda recente importante, como morte, divórcio, perda de emprego;
- histórico familiar de suicídio;
- menção sobre sentimentos de inutilidade ou morte.
O que fazer pra prevenir?
Um ponto fundamental para a prevenção do suicídio é ter muito clara a ideia de que pensamentos de morte ou suicidas são alertas.
Sendo assim, o apoio das pessoas mais próximas é essencial para evitar que algo mais grave aconteça.
O que fazer pra ajudar?
- ouvir;
- mostrar empatia;
- não julgar;
- não tentar solucionar se baseando nas suas próprias experiências;
- levar a situação a sério e verificar o grau de risco;
- não deixar a pessoa com risco de suicídio sozinha;
- deixar a pessoa falar abertamente sobre sentimentos, mesmo os considerados “negativos”;
- dificultar o acesso a situações nas quais a pessoa possa se ferir;
- procurar ajuda psiquiátrica e psicológica.
Outro fator importante é saber que SEMPRE há uma saída!
Mesmo que pareça que tudo está perdido, que nada mais faz sentido, é possível reverter a situação e fazer com que a dor não seja insuportável.