A arte como terapia para cuidar da saúde mental e emocional
A arte está presente na humanidade desde os tempos mais remotos. Acontecimentos passados se tornaram conhecidos, em parte, graças ao estudo da arte.
Através de registros deixados pelos nossos antepassados, foi possível acessar conhecimentos a respeito de outras civilizações, o que contribuiu para escrever a história.
A arte é usada pelo ser humano como forma de expressar sentimentos, emoções e pensamentos.
De acordo com Carl Gustav Jung (1875 – 1961), psiquiatra e psicoterapeuta, a arte é a expressão da subjetividade e traz a possibilidade do indivíduo acessar conteúdos emocionais e fazer uma reconstrução através da própria atividade artística.
Jacob Levy Moreno (1889 – 1974), psiquiatra e psicoterapeuta romeno, pai do psicodrama e da sociometria, encontra na arte teatral , desde a mais tenra infância, desenvolvendo posteriormente trabalho com atores, o elemento necessário para a Saúde Mental – A Espontaneidade-Criatividade presente nos vínculos por meio dos papeis desempenhados onde convivemos.
Artes para a saúde mental: Você já pensou nisso?
A atividade artística vai muito além do valor estético, monetário ou do entretenimento.
A ideia da utilização da prática artística com objetivo terapêutico surgiu no século XIX.
No Brasil, os precursores da aplicação da arte no tratamento de pessoas em instituições de saúde mental são Osório César (1895 – 1979) e Nise da Silveira (1905 – 1999). Médicos psiquiatras contrários aos métodos agressivos e ineficazes existentes na época.
Dessa forma, eles iniciaram a humanização dos tratamentos psiquiátricos introduzindo a arte como recurso terapêutico, permitindo aos indivíduos obterem mais autoconhecimento, autoestima e tranquilidade.
Como resultado desse trabalho, o Museu de Imagens do Inconsciente, fundado em 1952 por Nise da Silveira, no Rio de Janeiro, abriga verdadeiras obras de arte criadas pelas pessoas em tratamento sob seus cuidados.
É importante destacar que no tratamento através da arte não há preocupação com a estética, tampouco com o conhecimento prévio sobre técnicas, mas, sim, com a livre expressão do autor da obra.
O principal objetivo é proporcionar bem-estar por meio da expressão e dos sentimentos que as obras transmitem.
As atividades artísticas promovem e previnem problemas físicos e mentais e estão presentes durante toda nossa vida.
Sendo assim, especialistas defendem a ideia de que a arte pode ajudar em nossos dilemas mais íntimos e cotidianos.
Um interessante exemplo da prática da arte como terapia é o projeto Doutores da Alegria, no qual artistas levam momentos de felicidade aos pacientes de hospitais públicos. Palhaços quebram a solidão e a rotina da internação por meio do teatro, música, dança, circo, levando acolhimento e entretenimento através da arte.
A arte possui um caráter libertador e tem um alcance terapêutico muito forte que vai além do racional, além das palavras. Isso coloca o sujeito como um agente da sua criatividade, o que proporciona vários benefícios para a saúde mental, como:
- lazer e relaxamento;
- melhora a comunicação, a expressão de sentimentos e emoções;
- ajuda na concentração;
- melhora a coordenação motora e permite que a pessoa tenha um foco e objetivo;
- combate o estresse;
- diminui a ansiedade;
- estimula a criatividade e a imaginação, aflora a sensibilidade;
- melhora a capacidade de raciocínio;
- proporciona sentimentos de satisfação e felicidade;
- exercita o cérebro e a capacidade intelectual;
- melhora a autoestima, podendo transmitir essa confiança também para outros aspectos da vida cotidiana;
- auxilia no autoconhecimento compreendendo a si mesmo de um modo lúdico e intuitivo.
Essa prática terapêutica pode ser utilizada de forma individual ou em grupo, e possui duas formas de ser aplicada:
Livre – não existe roteiro pré determinado, a expressão é livre através do canal escolhido;
Estruturada – quando o terapeuta observa e avalia determinadas dinâmicas e utilização de materiais que podem ser mais benéficos.
As artes para saúde mental podem se valer das diversas modalidades artísticas existentes como forma de alívio e cura, como por exemplo:
As artes plásticas – desenhos, pinturas, esculturas, artesanato, design
Arte sonora – música, intrumentos, canto;
Arte literária – escrita criativa, poesia, contos, mitos, leitura, visitas a museus;
Arte dramática – expressão cênica, cinema, teatro, psicodrama;
Arte corporal – relaxamento, técnicas de respiração, dança expressiva e criativa;
Artes digitais – criadas no ambiente gráfico da computação estão ligadas a animação, pintura digital, vídeos, entre outros.
É importante salientar que a arte não se esgota, pois a criatividade não tem limites. Assim, existem infinitas possibilidades, infinitos saberes, infinitas ideias, novos sentimentos, descobertas e ressignificações. Enfim, novas formas de se fazer arte.
Para finalizar, podemos afirmar que as artes vêm desempenhando um importante papel para nos ajudar a atravessar este período de pandemia, no qual se evidenciou a importância das artes para saúde mental.
Você se interessou por esse tema? Qual tipo de arte mais te atrai?
Entre em contato com a gente e conheça nossos métodos terapêuticos nos quais, além do teatro, outras formas de arte estão bastante presentes e atuantes.