Um artigo montado pelo nosso presidente Lucio Guilherme Ferracini e publicado pela revista espanhola “La Hoja de Psicodrama”
Versão em português:
A apresentação oficial se daria ainda no curso de psicologia, o ano era 1990, durante uma aula de ética. Alguns estudantes tinham convidado uma psicodramatista para realizar uma vivência com a turma: diante de meus olhos surgiu uma protagonista que construiu seu mundo com seus dramas, com uma plateia atenta e presente. Não sai desta experiência como havia entrado, estava inquieto. O que era aquilo que havia visto e vivido? Como era possível entrar publicamente na vida de uma pessoa e eu me sentir tocado em minha própria existência também? Era um mundo ainda extremamente analógico para maioria de nós, computadores, celulares, internet chegariam mais tarde. Tive duas atitudes. Na primeira, fui até a livraria da universidade e comprei o único livro sobre o assunto. Chamava-se “O Psicodrama: aplicações da técnica psicodramática”, de Dalmiro Bustos. Com o tempo leria outras produções suas, participaria de trabalhos por ele dirigidos, encontraria-o no aeroporto de São José na Costa Rica, após nosso último congresso ibero-americano presencial antes da pandemia da Covid-19. A outra ação foi, com auxílio de um amigo, que trabalha num grande empresa de eletricidade e por isto tinha algo extraordinário a seu dispor: um computador com uma impressora matricial, o que me permitiu pesquisar escolas de formação em psicodrama. Dentre as disponíveis e mais acessíveis geograficamente, fiz a minha seleção, mais uma veio intuitivamente: a Associação Brasileira de Psicodrama e Sociodrama – ABPS. Viria a experimentar na pele os efeitos desta abordagem, ou seja, me inscrevi como paciente do Instituto Psicossocial, saboreando a vivencia tanto grupal, quanto individual. Em seguida, fiz a formação básica, continuei a formação como professor e psicoterapeuta de alunos, bem como supervisor e orientador de trabalhos de conclusão de curso. Para o mestrado na área da saúde hospitalar à luz do Psicodrama, levei o espírito e os conhecimentos aos estudantes universitários. Fiz muitos amigos e escrevi sobre o Psicodrama, que mais do que uma abordagem de atuação profissional, é uma filosofia baseada na espontaneidade-criatividade, expressa por meio do desempenho de diversos papeis nas relações, visando verdadeiros encontros enriquecedores (télicos)…
Versão em espanhol:
Pienso y siento que el psicodrama ha nacido algunas veces en mi vida. Recuerdo dos escenas embrionarias: a los cuatro años, participando en el teatro navideño en el jardín de infancia.Tengo a mi madre como ego auxiliar que cosía mi ropa para un mago negro que le regala mirra (hierba que servía para perfumes. como curar heridas o acunar a los muertos) al niño Jesús. El padre grababa las imágenes a través de lentes fotográficos, mi placenta social. Curiosamente o no, me convertiría en psicólogo atendiendo a personas en duelo y pacientes en cuidados paliativos, buscando registrar cada momento con respeto y valor. La otra escena, como estudiante de psicología, estaba trabajando con niños y adolescentes y en producciones de obras de teatro, intuitivamente, cuando se bloqueaba la espontaneidad, yo cambiaba de lugar, con los actores para que juntos encontraramos una representación de los roles de modo más significativo para el grupo, construyendo la escena de forma horizontal y colectiva. La presentación oficial aún tendría lugar en el curso de psicología, era el año 1990, durante una clase de ética. Unos alumnos invitaron a una psicodramatista para realizar una experiencia con la clase: ante mis ojos apareció una protagonista que construyó su mundo con sus dramas, con un público atento y presente. Yo salí de esta experiencia distinto, estaba inquieto. ¿Qué era lo que había visto y vivido? ¿Cómo era posible entrar públicamente en la vida de una persona y sentirme conmovido en mi propia existencia también? Todavía era un mundo extremadamente analógico para la mayoría de nosotros, las computadoras, los teléfonos móviles e Internet vendrían más tarde. Tuve dos actitudes. Primero, fui a la librería de la universidad y compré el único libro sobre el tema. Se titulaba “El Psicodrama: aplicaciones de la técnica psicodramática”, de Dalmiro Bustos. Con el tiempo, leí otras publicaciones suyas, participé en talleres dirigidos por él, me encontré con él en el aeropuerto de San José, Costa Rica, en el último congreso iberoamericano presencial antes de la pandemia Convid-19. La otra acción fue, con la ayuda de un amigo, que trabaja para una gran empresa eléctrica y por eso tenía algo extraordinario a su disposición: una computadora, que me permitió buscar escuelas de formación en psicodrama…
Lucio Guilherme Ferracini
Profesor-Supervisor ePresidente da Associação Brasileira de Psicodrama e Sociodrama ( 2019/2020 e 2021/2022). Psicoterapeuta. Docente do Curso de Psicología – FMU, Brasil, desde 2019.