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Ansiedade e depressão: doenças diagnosticáveis ou “coisa da nossa cabeça”? 12 set

Ansiedade e depressão: doenças diagnosticáveis ou “coisa da nossa cabeça”?

Ansiedade e depressão, bem como outros transtornos mentais têm sido classificados como as doenças do século XXI. Mas você sabia que muitas pessoas, no Brasil, ainda não as consideram como quadros passíveis de diagnóstico e tratamento?

“Você está exagerando, não é tal mau assim”. “Todos temos problemas, você precisa reagir”. “Sei o que você está passando, já me senti assim, também”. Essas são frases comumente ditas por nós (ou recebidas por nós), em situações de extrema preocupação ou grande tristeza, não é mesmo?

A linha é tênue e mais da metade dos brasileiros não conseguem fazer a distinção entre um “estado de espírito” e uma doença mental, que é grave se não tratada da forma devida.

De acordo com o estudo Ibope “Depressão, suicídio e tabu no Brasil: um novo olhar sobre a Saúde Mental”, feito com 2.000 pessoas em metrópoles de 6 estados brasileiros, apenas 47% das pessoas classificam o problema como transtorno mental. As demais pessoas entrevistadas ainda enxergam ansiedade e depressão como consequência de um momento difícil e até como uma “doença da alma”.

Bora falar sobre ansiedade e depressão?

A ansiedade é uma reação normal, que funciona como um sinal do corpo para preparar-nos para o enfrentamento de um desafio, seja ele um novo emprego, uma viagem para o exterior, entre outras situações.

No entanto, quando a ansiedade é caracterizada por uma preocupação excessiva ou por uma expectativa muito apreensiva, esta passa a ser encarada como transtorno de ansiedade generalizada (TAG), um distúrbio persistente e de difícil controle, que perdura e que exige acompanhamento médico.

A depressão (CID 10 – F33) é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda. Diante das adversidades é comum nos sentirmos tristes, mas quando a tristeza não dá tréguas e quando ela surge sem uma causa aparente, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, podemos ter um diagnóstico para esta doença.

Alguns sintomas de ansiedade e depressão

Os sintomas de ansiedade (TAG) podem variar de uma pessoa para outra, mas os mais comuns são:

  • Inquietação;
  • Fadiga;
  • Irritabilidade;
  • Dificuldade de concentração;
  • Tensão muscular;
  • Palpitações;
  • Falta de ar;
  • Taquicardia;
  • Aumento da pressão arterial;
  • Sudorese excessiva;
  • Dor de cabeça;
  • Alteração nos hábitos intestinais;
  • Náuseas;
  • Aperto no peito; e
  • Dores musculares.

Já a depressão, além do estado deprimido a maior parte do tempo e da anedonia (interesse e prazer diminuídos para realizar a maioria das atividades), apresenta também os seguintes sintomas:

  • Alteração de peso (perda ou ganho não intencional);
  • Distúrbio de sono (insônia ou sonolência excessiva);
  • Problemas psicomotores (agitação ou apatia psicomotora);
  • Fadiga ou perda de energia constante;
  • Culpa excessiva;
  • Dificuldade de concentração;
  • Baixa autoestima;
  • Alteração da libido; e
  • Ideias suicidas.

Sobre o estágio de suicídio, a OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta que praticamente 100% de todas as ocorrências estavam relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente.

Dessa forma, destaca-se a importância de desmistificar essas doenças e de incentivar a busca por tratamentos psiquiátricos, acompanhamentos psicológicos e informações de qualidade.

Ansiedade, depressão e o setembro amarelo

O suicídio é uma triste realidade que atinge o mundo todo. De acordo com a última pesquisa realizada pela OMS em 2019, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo.

Atuar ativamente na prevenção do suicídio, desmistificando este tema como como tabu, é dever de todos nós. É por isso que a ABPS, além de reforçar que ansiedade, depressão e outras complicações mentais devem ser encaradas como doenças, apoia também a campanha Setembro Amarelo®, que neste ano traz o tema: “a vida é a melhor escolha!”.

Se informar para aprender, se ajudar e ajudar o próximo é a melhor saída para lutar contra esse problema tão grave. Siga a ABPS nas redes sociais e deixe um comentário para a gente. Inscreva-se para receber nossa newsletter e fique por dentro de nossos conteúdos.

2 thoughts on “Ansiedade e depressão: doenças diagnosticáveis ou “coisa da nossa cabeça”?

  1. Valdir Verissimo dos Santos

    O texto traz uma mensagem importante e uma escrita de facil acesso. Estou fora do Brasil, morando na Australia e quero receber as newsletter, me na ABPSformei

    1. abps

      Querido Valdir, ficamos felizes em ter notícias suas, vamos incluí-lo em nossa newsletter. Obrigada pelo carinho de sempre!

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