ABPS

Estresse pós-traumático: a dor de experiências ruins que persiste 16 nov

Estresse pós-traumático: a dor de experiências ruins que persiste

O estresse pós-traumático, que aciona memórias de uma experiência negativa vivida, acompanhadas por intensas reações emocionais e físicas, é uma doença classificada pela OMS e precisa de tratamento.

Martin Heidegger, filósofo, escritor, professor e reitor universitário alemão, em sua obra “A caminho da linguagem” (1987), diz que “[…] fazer uma experiência significa deixar-nos abordar em nós próprios pelo que nos interpela, entrando e submetendo-nos a isso. Podemos ser assim transformados por tais experiências, de um dia para o outro ou no transcurso do tempo”. (p. 143)

Infelizmente, nem toda experiência que nos interpela é essencialmente positiva. Algumas delas são traumáticas e podem nos afetar de forma permanente, como no caso de grandes tragédias ou de atos violentos em menor escala.

Cerca de 15 a 20% das pessoas que vivenciaram ou presenciaram os cenários das guerras; ou sobreviveram a catástrofes naturais, grandes incêndios ou naufrágios; ou ainda aquelas que sofreram ou testemunharam toda sorte de violência, promovida pelo sistema que estamos inseridos, sentem os efeitos destas experiências e se tornam debilitantes, desenvolvendo o chamado transtorno do estresse pós-traumático.

Como se manifesta o transtorno do estresse pós-traumático?

O transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) é um distúrbio da ansiedade caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais, causado em decorrência dessas experiências negativas vividas, podendo interferir drasticamente na vida profissional, acadêmica e interpessoal da pessoa que o desenvolve.

Quem sofre de TEPT se recorda do fato, revive o episódio como se estivesse ocorrendo naquele momento e sente a mesma dor e sofrimento antes experimentados. Essa recordação desencadeia alterações neurofisiológicas e mentais.

Quais são os principais sintomas do transtorno do estresse pós-traumático?

Os sintomas do transtorno do estresse pós-traumático podem manifestar-se em qualquer faixa de idade e podem, inclusive, aparecer em quem não foi vítima direta das situações traumáticas. Por vezes podem levar meses ou anos para aparecer, atingindo duas vezes mais mulheres que homens. Alguns destes sintomas são:

  • Pensamentos recorrentes e intrusivos que remetem à lembrança do trauma, com flashbacks e pesadelos;
  • Esquiva de situações, contatos e atividades que possam reavivar as lembranças dolorosas do trauma e isolamento social;
  • Taquicardia, sudorese, tonturas, dor de cabeça, distúrbios do sono, dificuldade de concentração;
  • Estado de alerta constante, explosões de raiva;
  • Dificuldade de confiar em outras pessoas e manter relacionamentos próximos;
  • Perda de interesse em atividades diversas, sentimento de culpa e vergonha.
Recomendações e tratamento para quem sofre do transtorno do estresse pós-traumático

A maioria das pessoas que sofre com o TEPT só procura ajuda anos depois das primeiras crises, mas é importante não subestimar os sintomas, principalmente em crianças e idosos, e procurar a assistência de profissionais da saúde mental.

O tratamento do transtorno de estresse pós-traumático pode envolver:

  • Psicoterapia focadas no trauma, dando ao paciente a oportunidade de compartilhar sua experiência de maneira segura e controlada para enfrentar e superar sua dor.
  • Uso de antidepressivos, ansiolíticos e outros tipos de medicamentos para aliviar os sintomas do TSPT, podendo ser usados sozinhos ou junto com psicoterapia ou outros tratamentos.

A gravidade do TEPT costuma diminuir com o passar do tempo, porém nunca desaparece totalmente. Daí a importância do tratamento psiquiátrico ou psicológico, associado ao tratamento com medicamentos, para a qualidade de vida de quem possui o transtorno e de todos à sua volta.

Saiba como a ABPS pode auxiliar com o tema. Acompanhe nossas comunicações em nossas redes sociais e deixe um comentário para a gente. Inscreva-se para receber nossa newsletter e ficar por dentro de nossos conteúdos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *