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Relacionamento tóxico: o diagnóstico começa com a autoavaliação 12 dez

Relacionamento tóxico: o diagnóstico começa com a autoavaliação

Baixa autoestima, tristeza, culpa, insegurança e dependência são alguns dos sinais apresentados por quem é vítima de um relacionamento tóxico e a autoavaliação pode ser o primeiro passo para a saída de relações profundamente desgastantes e prejudiciais para a saúde mental, emocional e até física.

Em janeiro de 2022, a CNN Brasil publicou em sua página na internet uma matéria sobre a decisão de Chico Buarque, músico, dramaturgo, escritor e ator brasileiro, de não mais cantar “Com Açúcar, Com Afeto” (veja a matéria aqui), uma canção que romantiza um relacionamento tóxico, narrada por uma mulher em estado de submissão.

A linha que separa o que é amor do que é abuso em uma relação é bastante tênue e podemos observar estas distorções em muitas outras canções, histórias e vivências pessoais. A entrada em um relacionamento tóxico (seja ele familiar, de trabalho, escolar ou afetivo) quase nunca é percebida, já que toda sorte de violências (a princípio sutil), incutidas nessas relações, são transfiguradas por excesso de zelo, apreço e propriamente amor.

De acordo com o UNICEF (O Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Adolescência), um relacionamento tóxico é caracterizado pela falta de apoio mútuo, pela competição, desrespeito e, muitas vezes, pelo conflito entre as partes. Elimina a autoestima e fortalece o sentimento de culpa, gerando insegurança e dependência das vítimas que sofrem múltiplas formas de agressões: física, psicológica, emocional, financeira, sexual, entre outras.

Os relacionamentos tóxicos são profundamente desgastantes e prejudiciais para a saúde das pessoas envolvidas — tanto em relacionamentos com sinais mais explícitos, quanto naqueles que apresentam características mais sutis de serem reconhecidas.

Alguns sinais de quem vive a opressão em um relacionamento tóxico:

  • Ansiedade;
  • baixa autoestima;
  • culpa;
  • dependência;
  • insegurança;
  • medo;
  • reclusão social;
  • tristeza

Alguns sinais de quem promove a opressão em um relacionamento tóxico:

  • Ciúmes;
  • comunicação tóxica (críticas em forma de elogio);
  • controle;
  • desamparo;
  • prática de ameaças;
  • sentimento de posse.

Sair de uma relação abusiva nem sempre é uma tarefa fácil, mas existem alguns caminhos e um deles está na autoavaliação.

Como a autoavaliação pode ajudar no reconhecimento de relacionamentos tóxicos?

A autoavaliação é um exercício que estimula a crítica e a reflexão sobre a forma de pensar, sentir, agir e ver o mundo. Quem a pratica pode perceber características, qualidades e defeitos pessoais e usar o resultado desta percepção para analisar diferentes cenários e promover mudanças.

Quando há mais compreensão sobre si mesmo, fica mais fácil tomar atitudes para se desvencilhar de ambientes e relações tóxicas. Além disso, reconhecer erros e fraquezas pode evitar que as mesmas falhas sejam cometidas novamente.

Como fazer a autoavaliação?
  • Separe um tempo para refletir sobre passado, presente e futuro;
  • faça com honestidade;
  • evite pensamentos limitantes: sou incapaz, isso é normal, isso nunca vai mudar;
  • identifique o que mais agrada em você mesmo;
  • identifique pontos fortes e dificuldades;
  • estabeleça planos;
  • relacione e estabeleça uma rede de amparo.
Outros caminhos para sair e superar os traumas deixados por relacionamentos tóxicos:

Adicionalmente à autoavaliação, a terapia com profissionais da psicologia pode auxiliar no processo de cura e libertação. Durante as sessões orientadas é possível descobrir a si mesmo e entender o que está de fato acontecendo. Também é importante manter a rede de amizades, afetos e cuidados, e acionar canais de ajuda e denúncia, como:

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2 thoughts on “Relacionamento tóxico: o diagnóstico começa com a autoavaliação

  1. Liliane

    Me identifiquei com o que estou passando

    1. abps

      É muito importante buscar ajuda profissional. Temos em nosso site uma lista de profissionais que indicamos, está na aba Profissionais Associados, que fica no menu “A ABPS”.

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