A relação entre inclusão social e bem-estar psicológico tem sido objeto de estudo em diversas disciplinas, incluindo psicologia, sociologia e saúde pública. São muitas as pesquisas que destacam a importância das conexões sociais para evitar ansiedade, depressão e outros distúrbios da mente.
Em 1948, com a Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU, a ideia de igualdade e equidade entre as pessoas começou a ganhar protagonismo nos debates e reflexões da contemporaneidade. O intuito tem sido democratizar espaços e garantir acesso a bens e serviços a qualquer cidadão ou cidadã do mundo (como saúde, educação, emprego, renda, lazer, cultura, entre outros), independente de etnia, orientação sexual, gênero, poder aquisitivo ou deficiência.
Aliada a esse primordial propósito, estudos e pesquisas de diferentes campos da ciência apontam que a inclusão social é também uma poderosa ferramenta de conexão, empoderamento e promoção da a autoestima, criando ambientes de prosperidade, de muitas potências e livres de ansiedade, depressão e outros distúrbios da mente. (Leia nosso artigo “Ansiedade e depressão: doenças diagnosticáveis ou ‘coisa da nossa cabeça’’?).
A exemplo, Beverly Daniel Tatum, autora de “Why Are All the Black Kids Sitting Together in the Cafeteria?” é uma psicóloga clínica e educadora que está dentre tantas outras pesquisadoras e pesquisadores debruçando-se sobre o tema da inclusão social e seus impactos psicológicos.
Neste livro, Tatum faz um recorte étnico para explorar questões de identidade racial e desenvolvimento psicológico, focando particularmente nas experiências de jovens negros nos Estados Unidos. Ela examina como as interações sociais, o ambiente escolar e as mensagens culturais influenciam a percepção de si mesmos e dos outros; e como o fenômeno de segregação nas escolas impactam na autoestima e o senso de pertencimento.
Tatum, bem como outros autores como Derald Wing Sue e Carol Dweck, oferecem perspectivas valiosas sobre como a inclusão social influencia o bem-estar psicológico e destacam a importância de promover ambientes inclusivos para evitar várias consequências psicológicas negativas, como:
- Baixa autoestima e autoconfiança: em ambientes não inclusivos, as pessoas podem se sentir marginalizadas, menosprezadas ou ignoradas, o que pode levar a uma baixa autoestima e falta de confiança em si mesmas. A falta de reconhecimento e validação pode fazer com que as pessoas duvidem de suas próprias habilidades e valor.
- Ansiedade social: o medo de ser rejeitado ou julgado pode levar as pessoas a evitar interações sociais, o que pode perpetuar o ciclo de solidão e isolamento.
- Estresse: o sentimento de não pertencer ou não ser aceito pode causar tensão e desconforto emocional.
- Depressão e desesperança: a persistência de ambientes não inclusivos pode levar ao desenvolvimento de sintomas de depressão, incluindo sentimentos de tristeza, desesperança e desamparo. A falta de conexão emocional e apoio social pode agravar esses sentimentos, levando a autoagressões físicas e até ao suicídio.
- Preconceitos e estereótipos: as pessoas podem internalizar visões negativas de si mesmas e dos outros.
Promova a equidade, a inclusão social e o bem-estar
Promover a equidade e a inclusão social é um esforço contínuo que requer comprometimento e ação em todos os níveis da sociedade e você pode contribuir quando:
- Conscientiza quem ainda não se deparou com o tema.
- Fomenta e celebra a diversidade em seus espaços de atuação.
- Promove a igualdade de oportunidades quando está ao seu alcance.
- Cria ambientes inclusivos onde todas as pessoas se sintam bem-vindas, valorizadas e respeitadas.
- Da voz às pessoas que historicamente foram marginalizadas ou excluídas.
- Combate ativamente o preconceito e a discriminação
Aprender para se ajudar e ajudar o próximo é a melhor saída para a construção de espaços mais inclusivos e equitativos. Siga a ABPS nas redes sócias e deixe um comentário para a gente.